Helene saiu apressadamente pela porta das traseiras, empurrou o portao, e correu pela estrada. Já perto de sua casa, parou e interrogou-se porque tinha ido a correr até ali. Talvez fosse a pressao, pois nao queria ser descoberta pela patroa tao cedo. Mas, de repente, levantou-se uma ventania, interrompendo-lhe os pensamentos e levando o seu chapéu para longe. Helene recompos-se e desatou a correr novamente, atrás do chapéu. Nao podia deixar que o vento o levasse, pois era um dos seus preferidos, já que pertencera à mae. Correu até as pernas lhe doerem, pois nao estava habituada ao exercício e, finalmente, o vento permitiu ao chapéu pousar no chao. Helene aproximava-se dele rapidamente quando, por acidente, chocou com alguém que passava.
-Ai! Peço imensa desculpa...!
-Menina, tem de prestar mais atençao por onde anda!
-Peço imensa desculpa..ia distraída. O meu chapéu voou...!
O velho pegou no chapéu, sujo de poeira, e sacudiu-o.
-Aqui tem, menina.
-Muito obrigado.
-Sabe, voce nao me é estranha...Já, porventura, nos encontrámos?
-Penso que nao senhor. Mas os meus pais viviam cá, antes de...falecerem.
-Seus pais? E qual é o seu nome, minha menina?
-Helene Rose Fiori DeLover, senhor.
-Céus! Voce é a filha do Antoine? Bem me parecia que conhecia a sua expressao... Ah! como eu conhecia bem os seus pais...foi um fim triste, o deles! Tao boas pessoas...
-Mas...nao se sabe o que se passou com eles! Voce sabe?!
-Oh! Nao, minha menina, eu nao sei...mas desconfio, sabe? Aquele maldito Cole! E um traudor...eles tiveram uma zanga, algum tempo antes de eles irem e...desaparecerem.
-Oh, sim...nao me diz nada que eu nao saiba, meu caro. Sei bem quem é Charles Cole, e agora sei bem que é um bandido...Aliás, conheço-o melhor do que desejaria. Trabalho para ele!
-Trabalha para ele?! Mas isso é um ultraje! Ele deveria servi-la de corpo e alma depois do que fez!
-Sei bem disso, mas sou preceptora da filha deles...criança infeliz, sabe? Ambas elas sofrem uma carencia... Mas nao deveria estar a fazer-lhe confidencias destas! isto nem parece meu...Nao o conheço, como sei que diz a verdade?
-Observe os meus olhos, menina DeLover, e lá verá nada mais que a pura verdade... Parece cansada! Nao deseja uma bebida? Venha comigo, desejaria falar melhor consigo.
E Helene, como que automáticamente, seguiu o velho, pois alguma coisa nele lhe dizia que era de confiança.
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