-Mas Maryanne, que tens tu? - perguntou, irritado, Charles Cole, em uma das poucas vezes que falou com a esposa.
-Foi aquela intrometida da Helene...
-O que se passou?
-Entrou na biblioteca, sem autorização!
-Ora, não é caso para tanta ira, Maryanne...
-Sabes lá tu! Tu não sabes nada... Por causa de ti e das tuas tramas é que ela encontrou o que encontrou!
-E o que é que ela encontrou? Diz-me!
-Os teus documentos, que provam a tua traição contra o pai dela!
Charles ficou apreensivo. Nunca pensara que aqueles documentos fossem encontrados. Tinha-os escondido no meio das outras pastas para não darem nas vistas, e agora quem ele não desejava que os encontrasse de maneira nenhuma tinha-os lido.
-E a culpa é minha? Esqueces-te do motivo pelo que o fiz! Se não fosse eu, as minhas tramas e a minha misericórdia não estarias aqui agora.
-Eu esqueço-me do motivo? Claro que não me esqueço! E também não me esqueço do que fizeste depois, do que eu te tentei impedir de fazer! Se ela descobre isso, eu...
-Cala-te!! -interrompeu Charles, com uma forte bofetada na cara da mulher. A culpa é tua! Tu é que a contrataste, mesmo sabendo de tudo! Eu não tinha feito o que fiz, se não fosses tu!
E dirigiu-se à porta, deixando a mulher a um canto, chorosa. Parou, e virou-se.
-Ela leu até onde?
-Não sei...- respondeu Maryanne, sem levantar a cabeça.
E abandonou a sala.
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